sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sexta-feira

Sabem o que eu sou?
Sou a relva verde
O sol dourado
O caminho no qual piso
Sou a tristeza e a dor
Sou o pensamento
A manifestação
Sou também o outro
O homem ao meu lado
De rosto marcado
Velho
Triste
Sujo
Homem
Sou a mulher grávida
Negra
Linda
Mais homem que mulher
Sou a criança adormecida
Sou o caminho
A verdade
E a vida
Mas antes de tudo
Acima de tudo
Mais do que todas as coisas
Eu sou o erro
O meu e o seu

E sabem o que eu não sou?
Não sou a vergonha
Não sou o silêncio
Não sou você

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

De amigos, sorrisos e muita história

Faz tempo que não posto algo descontraído por aqui. Talvez porque não estivesse descontraído nos últimos tempos, ou talvez porque simplesmente a descontração não estivesse na moda em Paris.
Pois bem, voltei bem humorado pra cá hoje!

Há algumas horas atrás tive uma das minhas aulas preferidas do semestre: História Econômica Política e Social do Brasil, e o assunto da aula de hoje foi ciência, urbanização e saúde na primeira república.

Como a Unicamp é uma universidade paulista sempre lemos muitas coisas sobre São Paulo, e é engraçado ver autores tratando as terras do interior, as terras do Oeste, como Sertão.
E de tanto escutar essa designação na aula não me aguentei e tive que fazer o trocadilho com um querido amigo (Danilo Piaia) e deu no que deu:

Ser tão
Vazio
Ser tão
Sozinho
Ser tão
Vermelho
E verde também
Ser tão
Na dele
Ser tão
Parelho
Ser tão
À parte
Ser tão
Desastre
Ser tão
Sem arte
Ser tão
Sem graça
Ser tão
De vida
Sob o sol tecida
Ser tão...
Sertão!
Mas nunca
Certinho

-


Quando o escrevi hoje na sala muitos riram, mas alguns não entenderam algumas coisas, como por exemplo, as cores. Ao citar o vermelho e o verde faço uma referência ao café que moveria a economia daquilo que se chamava de sertão. O vermelho do solo, o verde dos vastos cafezais.
Espero que entendam o jogo de palavras que nao resisti fazer, sobre o que era o sertão, e sobre o que é SER TÃO.