sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ignorâncias a parte...

Hoje me deparei com declarações e ações nada agradáveis.

Vi um homem desprezando a cultura indiana, dizendo que os habitantes daquele país são "loucos".
Falta de respeito maior ele não poderia cometer. É péssimo quando uma pessoa de cultura diferente critica os costumes de um outro povo, isso é o cúmulo da ignorância.

O mesmo homem depois criticou a ação de alguns veterinários que castrariam elefantes. Ele disse que deveriam é castrar os veterinários, para que eles virassem "mocinhas". Como se a masculinidade de um homem residisse em seu orgão sexual. Como se um homem de sexualidade duvidosa tivesse menos pau que "machos" como esse que fez essas declarações.

E ainda por cima, não satisfeito, insinuou que homossexuais só são capazes de trabalhar como manicures, cabeleireiros ou maquiadores. ¬¬ - Não desmerecendo essas profissões, afinal, são essenciais para todos os membros da sociedade, mas sinceramente, pretendo cursar a faculdade, e isso não me torna menos ou mais heterossexual.

E para encerrar o dia com chave de ouro, uma psicóloga carioca foi advertida por "Vender" a cura do homossexualismo.
Cura?
E desde quando isso é uma doença? Se for, espero que também incluam a gravidez nessa lista de doenças não controláveis.

E sinceramente, se houvesse uma cura para "a doença", eu diria muito obrigado, nunca me senti tão bem em toda minha vida.

(:

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma ópera e um poema

Certa vez Bentinho disse que a vida é uma ópera.
Sim.
Se a vida do traído (pobre da Capitú, estigmatizada para a eternidade) é uma ópera.
Pois bem,
Farei da minha um poema!

E assim começa...

O plano inicial não era publicar aqui, mas vi que não haverá outro meio.

Não sou muito bom com sinopses, portanto mandarei a história diretamente (:
Talvez atualize diariamente, talvez não. Mas para os próximos dias de gripe, há texto suficiente!


(recorte aqui) ------------------------------ (recorte aqui)

Senhora de Luar
J.P.L.Campos
Capítulo 1
O Senhor do sétimo raio

Era pouco mais de uma da tarde quando os oito garotos se encontraram no portão dos fundos do colégio. Era inverno e havia uma fina camada de neblina que encobria a copa das árvores mais altas.
Os três meninos e as cinco meninas haviam cabulado as aulas de depois do almoço para poderem comemorar o aniversário de Gabriel que completava dezessete anos naquele dia.
Todos estavam montados em brilhantes bicicletas de última geração, que reluziam quando alguns raios do tímido sol de junho atravessavam a barreira de nuvens que os encobria.
Os oito iam para seu lugar secreto. Uma clareira no bosque que ladeava a cidade. Era um lugar tranqüilo, livre de inspetores ou aulas chatas, nem mesmo os celulares funcionavam naquele ambiente tão distante de tudo.
Ao chegarem, eles largaram as bicicletas em um canto qualquer, estenderam a toalha xadrez, sentaram-se em um círculo imperfeito e tiraram das mochilas algumas guloseimas e refrigerantes.
- O que é isso pessoal? – perguntou Gabriel com sua voz sonora – Refrigerantes? Hoje é meu aniversário, deixem que eu sirva a bebida.
Abrindo sua mochila ele tirou uma garrafa de Vodka e alguns copos de plástico.
Os meninos bradaram de felicidade, duas garotas trocaram olhares significativos e risinhos. Apenas Helga Dramini, uma garota ruiva de olhos verdes muito expressivos, fez careta.
- O quê há com você minha linda? – perguntou Gabriel se aproximando da menina – não gostou da surpresa?
- Surpresa? – desdenhou Helga – não poderia esperar algo mais previsível e desprezível de você Gabriel.
- Parem com isso vocês dois – Interrompeu Hórus, o mais velho de todos do grupo. Sua rala barba lhe conferia certo charme que era acentuado por seu cabelo castanho que lhe caía sobre os olhos muito azuis e misteriosos. Seu nariz fino era algo quase feminino assim como seus lábios rosados e perfeitos. – Hoje é dia de diversão Helga, se você não quiser beber eu te acompanho. Prometo
- Ótimo, porque eu não me aproximarei dessa garrafa.
- O quê? – surpreendeu-se Lyn Costa, uma garota de brilhantes cabelos negros tão curtos quanto os de Gabriel. Seus miúdos olhos castanhos semi-cerrados de raiva eram tão assustadores quanto seus lábios finos muito crispados. Ela não era muito alta, nem muito bonita.
Sua beleza era peculiar, um misto de mistério e sedução. – Você não vai permitir que essazinha destrua nossa festa, vai? – desafiou a menina.
- Ninguém vai destruir nada, e como prova disso, também não beberei – disse Marcos, o melhor amigo de Gabriel.
- Ah Marcos, você vai beber sim, nem que eu tenha que enfiar-lhe a Vodka garganta abaixo.
- Eu não beberei – disse Marcos - entretanto, eu trouxe algumas diversõezinhas para nós.
Ele tirou do bolso um pacote e despejou na palma de sua mão uma dúzia de comprimidos.
- Alucinógenos? – os olhos de Bia brilharam de felicidade. Ela era a namorada de Gabriel, assim como de Marcos e de Gustavo. Não havia ciúmes entre eles, era um tipo de relacionamento moderno, muito popular entre os jovens daquela época.
- Ótimo – disse Helga em tom de protesto – Meus amigos são um bando de drogados e de prostituídos.
- Deixe de reclamar Helga – disse Marcos abraçando a menina pela cintura – todos nós sabemos que você já dormiu com todo o time de futebol. – Ele então se aproximou da menina e beijou-a.
Ela o empurrou e disse:
- Mas que ousadia a sua. Quem você pensa que eu sou? A Bia?
- Certamente você não é como eu – disse Bia – Não sou tão fácil quanto você – riu-se a menina.
- Eu fácil? Imagina, são seus olhos. – Helga então se virou para Marcos e disse:
- Jamais faça isso novamente, deixe que eu te beije.
Ela então o segurou pela cintura e seus lábios se fundiram.
Gabriel abriu a garrafa de Vodka e distribuiu copos entre todos. Como havia prometido Hórus não bebeu, entretanto, ingeriu dois comprimidos de alucinógeno, tirou da mochila uma carteira de cigarros, que ele distribuiu entre todos, inclusive à Helga.
Pouco tempo depois todos estavam muito diferentes.
Gabriel não largava seu copo e cantava uma canção da época de seus pais; sua camiseta já havia sido rasgada por Bia que estava seminua beijando enlouquecidamente Hórus que tinha o cinto aberto. Lyn Costa tentava fugir de Virna, sua colega de classe lésbica. Virna mantinha um sólido relacionamento de três anos com Jaqueline, mas ela estava muito ocupada desmaiada ao lado de Marcos e de Helga que pareciam ter se fundido em um só corpo em meio à grama seca.
Muito tempo depois, lentamente o efeito do álcool, do cigarro e da droga passou.


A primeira a voltar a si foi Jaqueline. O desmaio pareceu ter revigorado-a. Marcos havia pegado no sono a mais de duas horas e não dava sinais de que iria despertar tão cedo, Bia e Helga tentavam resolver uma equação de matemática que deveria ser entregue na próxima aula, Hórus e Gabriel conversavam e riam de coisas completamente irracionais, Lyn Costa e Virna agora riam de uma mariposa que tentava inutilmente levantar vôo, algo realmente vão, pois Virna havia partido suas duas asas.
Repentinamente Gabriel saltou de seu lugar e aproximou-se de Marcos. Ele chutou seu amigo com violência, entretanto o menino não se moveu.
- Tenho uma idéia, - disse Virna aproximando-se de Marcos com a garrafa de Vodka na mão – ela então verteu o que sobrara do precioso líquido garganta abaixo do menino que se engasgou e levantou xingando a menina de todos os nomes feios possíveis.
- Você está louca? – gritou ele para Virna
- Foi o Gabriel que mandou – mentiu a garota
- Que droga! Ainda não são seis horas, porque já temos que ir embora?
- Não vamos embora – disse Gabriel – vamos brincar
Os olhos de Marcos brilharam e ele pareceu entender o que o amigo quisera dizer.
Ele pegou sua mochila, retirou oito velas vermelhas e oito velas pretas de dentro, um crucifixo e um pentagrama.
Marcos dispôs as velas em circulo e dentro dele afixou o pentagrama no solo com o crucifixo sobre ele.
Sem dizer palavra alguma todos os oitos se reuniram ao redor das velas, deram-se as mãos e fecharam os olhos.
Como era inverno, antes das cinco da tarde o sol já teria se posto. Eram quatro e cinqüenta. As sombras começavam a se estender e o vento frio a soprar.
- Eu, Marcos – começou o menino – invoco-os Altos espíritos. Ordeno que se manifestem nesse círculo mágico. Pelo poder da água, da terra, do ar e do fogo.
- Si se talal se talaal – disseram todos em uníssono.
Uma lufada de vento particularmente forte derrubou uma vela que incendiou a toalha xadrez. Por estarem de olhos fechados eles não perceberam o que haviam acontecido.
- Vocês sentem? – sussurrou Helga – o calor dos espíritos?
- Sim, eu sinto – disse Gabriel.
A chama se alastrava pelas folhas secas que cobriam o solo, e já ultrapassava o circulo.
Talvez tenha sido o efeito das drogas e do álcool, talvez tenha sido descuido, talvez tenha sido a magia, não se sabe como, mas quando eles perceberam o que havia acontecido, o bosque já estava em chamas.
O desespero então tomou conta de todos, a fumaça dificultava visão na escuridão crescente, havia ainda a gritaria das meninas que não sabiam para onde fugir, e para piorar, galhos em chamas caíam constantemente do alto das árvores.
O primeiro a encontrar a estrada foi Gabriel que permaneceu um bom tempo sozinho sem saber o que fazer. Logo Marcos o alcançou seguido de Bia que acompanhava Virna. A roupa das meninas estava chamuscada e em várias partes já havia sido consumida pelas chamas. Havia uma feia queimadura na mão de Bia e o cabelo de Marcos que era longo e brilhante foi reduzido pela metade e seu pescoço estava na carne viva.
Jaqueline repentinamente surgiu por entre as árvores uns cinqüenta metros à esquerda. Ao avistar os amigos a menina desmaiou intoxicada pela fumaça enquanto as chamas consumiam sua perna. Os garotos correram para socorrê-la, mas era tarde, Jaqueline estava morta.
A brincadeira de aniversário custou muito mais do que os adolescentes haviam previsto.
O funeral da menina foi doloroso e hostil. Todos pareciam condenar Gabriel pelo ocorrido, apesar dele estar sentado em uma cadeira de rodas (sua perna esquerda fora quebrada por um galho em chamas que despencou sobre ele e Marcos). Bia e Virna permaneciam no hospital, os pulmões das duas meninas haviam sido permanentemente danificados, e elas não puderam se despedir de Jaqueline.
Marcos teve que ser internado às pressas numa clínica psiquiátrica, pois uma crise de pânico o havia acometido.
Os especialistas diziam que presenciar a morte de alguém próximo poderia resultar num transtorno incurável, apenas controlável.
Entretanto, os problemas dos cinco pareciam ínfimos quando comparado com os da família de Lyn Costa, Hórus e Helga. Os três ainda não haviam sido encontrados.
As buscas pelo bosque haviam mobilizado meia cidade, policiais, parentes, amigos e curiosos colaboravam na desesperada caçada pelos meninos. O fogo parecia ter levado consigo qualquer esperança possível, deixando para trás apenas cinzas e dor.
Nem mesmo um pedaço de roupa rasgada foi encontrado, nem uma parte do uniforme escolar que eles trajavam naquela tarde. O que restou, foi o resto retorcido das oito bicicletas, como se fossem um monumento à desgraça, o único indício de que eles haviam estado ali, pois fora isso, nada foi achado durante as três semanas e meia de busca, quando a polícia concluiu que eles haviam sido carbonizados e nem mesmo seus ossos escaparam à fúria das chamas que lambiam tudo o que encontravam à sua frente, e isso incluía os três garotos.
Mas, poderia ter sido o fogo tão voraz e tão avassalador ao ponto de levar consigo três vidas e não deixar pára trás nenhum indício de sua ação?

Mentiras

Por quantas e quantas vezes a mesma história terá de repetir-se para que pelo menos um de nós aprenda alguma coisa?

Por quantas e quantas vezes uns terão de chorar para outros triunfarem?

Por quantas e quantas vezes um terá de mentir para o outro e o outro terá de mentir para um até que se chegue a algum lugar?

Por quantas noites viveremos esse mesmo filme?

Por quantos sonhos ainda teremos de caminhar até o final?
Seja ele feliz ou não?

Quando poderemos ser apenas nós? E vocês apenas vocês? Sem noites perturbadas e repletas de mentiras mal contadas?

Minha mentira, suas mentiras, Nossas mentiras.... ( para se pensar - pela terceira vez )

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Frustrações

E quando nada dá certo?
E quando todas nossas expectativas são frustradas?
E quando nossas esperanças repentinamente se esvaem?
E quando se colocou tudo a perder e realmente se perdeu?
E quando tudo parece desabar?

Pior do que perder é se frustrar.
Todos estamos mais do que acostumados a perder tudo em alguns momentos de nossas vidas, mas quando se dá muito ou tudo de si para uma causa não espera-se perdê-la. Quando tudo parece tão certo é o pior momento para se arruinar. Pois não se perde apenas algo, você se perde. Você se frustra.

É como estudar durante todo um ano e não ser aprovado no vestibular; como apostar tudo numa relação e ela ir por água abaixo; como confiar em alguém, mas logo descobrir que não era alguém confiável; como se entregar, mas ninguém se entregar por você; como arriscar uma nova vida e nada dar certo.

E a pior parte de se frustrar?
A parte em que você tem de se reerguer, mas não encontra mais forças para isso, pois deu tudo de si em uma causa que você não sabia, mas já estava há muito perdida.

É frustrante estar frustrado.

Diário da Gripe Suína - 1° Dia

Há alguns meses quando ainda pouco se falava sobre a gripe suína, quando a doença era apenas uma preocupação norte-americana, quando aqui ainda era outono e quando ainda eram poucas as mortes eu dizia: "Gripe Suína? Isso nunca vai chegar por aqui."

Hoje estou de "quarentena de vinte dias" imposta pelo governo.

O dia de hoje não está muito frio, mas também não está quente, e venta muito, o que manteve as portas e janelas de minha casa fechadas. Por mais que o ministério da saúde recomende, não há como deixar a casa "respirando", de qualquer modo temos que respirar um ar parado.

E tenho minhas dúvidas em relação à essa história de que com a chegada do calor os casos diminuirão. Pois hoje foi registrado o primeiro caso no Nordeste, e as casas daquela região são muito bem ventiladas, o que não impediu a transmissão do vírus.

Hoje também vi muita coisa na televisão, nos jornais e na internet. Especialmente sobre o uso de máscaras. Os médicos sempre dizem que usa-las não garante nada, que elas não são uma proteção contra o vírus e que ninguém está seguro com algo tampando boca e nariz. Mas eu digo o contrário, estamos seguros sim.

Não é o efeito real da máscara que é importante para as pessoas, mas sim o efeito moral, psicológico. Todos sabem que estão expostos à doença com ou sem a máscara cirurgica, mas utilizando-a as pessoas se sentem mais seguras. Mais seguras para falar, caminhar na rua, pegar um ônibus ou metrô, enfrentar uma fila no banco ou até mesmo só para sair de casa. O medo também é um aliado da gripe suína.

Li também que os governos europeus estão considerando a possibilidade de não retorno às escolas em setembro. Os alunos teriam aulas virtuais, o que impediria o contágio de muitas pessoas em ambientes fechados. Sinceramente a ideia me agradou e muito, pois não acredito que a situação melhorará até dia 17. Esquentando ou não, os casos parecem só aumentar.

Logicamente para nós brasileiros há uma outra solução: Aprovar a todos os alunos, desde o berçario até a pós-graduação!

E assim vão correndo meus dias de gripe suína por aqui, e tenho umas considerações que achei mais pertinente deixar para o segundo dia do diário, antes que isso fique muito extenso!

PS: Ontem fui dormir com uma dor de cabeça muito forte...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Momento Gripe Suína

Piadinha pronta de última hora:

E a gripe suína fez mais uma vítima aqui em São Paulo: Minhas Aulas!!!

USP, Unesp e Unicamp? Só dia 17 !

Isso se as aulas voltarem...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre mudanças, diferenças e coragem.

Há tres coisas realmente difíceis de se compreender na vida: mudanças, diferenças e a coragem para tornar a existência dessas outras duas possível.

Amamos mudar, e sempre mudamos. Seja o corte de nosso cabelo, a roupa que usamos, a casa em que moramos, a cidade em que vivemos e até mesmo nossa personalidade. Mudar sempre torna o indivíduo diferente do que ele era. Mudanças criam diferenças, e diferenças nem sempre são bem vistas. Sempre queremos mudar, mas realmente sabemos como fazer isso? Ou somos capazes de entender e respeitar o pessoal do outro?

Estamos prontos para aceitar diferenças?

Quantas vezes por dia vemos e ouvimos e até mesmo presenciamos momentos de intolerância? Seja ela racial, religiosa, sexual ou de qualquer outro tipo. Quantas vezes não sabemos de grupos (sempre maiores) que recriminam o outro (sempre o menor)?

Somos diferentes. E hoje mais do que nunca. Vivemos a sociedade do indivíduo e do individual, que cada vez mais se distancia do coletivo. Somos empurrados para dentro de nossos próprios sentimentos e somos "arrancados" das expressões grupais. Somos obrigados a criar personalidade própria e única. E nascemos uma nova espécie de ser humano que a cada segundo se transforma num homo sapiens que jamais existirá novamente.

Sob essa mentalidade nasce o Cristão, o Muçulmano, o Hindu, o Branco, o Índio, o Rico, o Pobre, o Hétero, o Gay, o Emo, o Punk, Eu e Você. E consequentemente e inevitavelmente surgem as diferenças e os diferentes. Viver essa multiculturalidade não é algo negativo, pelo menos não deveria ser. Esperava-se a troca de sentimentos, ideologias e culturas, pois afinal, o diferente sempre tem muito a acrescentar.

No entanto, na prática não é o que se vê. A humanidade apesar de cada vez mais individual ainda não se desprendeu totalmente do sentimento de coletividade e de ideais da maioria. O que se vê e se vive é uma sociedade que cria o indivíduo diferente para ser oprimido. Seja pela maioria Cristã (pelo menos no Ocidente) julgando as outras religiões, seja pelo Branco discriminando o Negro, seja pelo Heterossexual reprimindo e intolerando o Gay.

E assim surge o maior paradoxo existêncial: Há uma sociedade que valoriza o individual, e assim nascem as diferenças. No entanto essa mesma sociedade despreza o diferente prendendo-se nesses momentos à coletividade que ela própria tenta ultrapassar. Somos mais Barrocos do que os próprios Barrocos foram!

E é aí que entra a coragem. Coragem para assumir sua individualidade e seu aspecto diferente. Coragem para se aceitar distinto dos demais e igual a todos, pois nenhum é igual ao outro, o que existe são maiorias. Coragem para enfrentar àqueles que ainda temem o diferente e só sabem reprimi-lo.

Se a sociedade nos empurra para a individualidade e cria o individual, então empurremos-a para aceitar seu próprio fruto. Sejamos a reação de sua ação.

Mudemos, sejamos diferentes e únicos!

Afinal, o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?

sábado, 25 de julho de 2009

Minha geração, sua geração

Pensar e agir ou ser diferente das pessoas que me rodeiam sempre foi positivo, mas hoje isso parece ter mudado.

Reuniões de família são sempre a mesma coisa: "Nossa como você cresceu!" "Nossa. Você tá só estudando?" "E faculdade? Vai fazer o que?" E a pergunta clássica: "E a namorada? Tá Namorando?" ¬¬' .

E quando não se é muito semelhante aos demais, começam a censurar sua existência, a criticar suas opções e a reprimir seus pensamentos.

Quando se é criança os adultos podem dizer o que pensam e os coitados dos mais jovens são obrigados a concordar (tadinhos). Mas um dia todos crescem, criam personalidade própria e caráter. No entanto aqueles mesmos adultos permanecem os mesmos com as mesmas ideias e princípios, enquanto as crianças crescidas começam a expressar suas visões e pensamentos... ah, é aí que começam os problemas.

Hoje como nunca entendo aquela expressão que fala sobre "Conflito de gerações".
E diria que não é apenas um simples conflito, mas sim um massacre de gerações, onde a mais velha julgando-se onipotente reprime a mais jovem, não compreendendo-a e rejeitando seus ideais. E a mais nova, muito mais sensanta apesar de menos experiente, não leva esses debates adiante pois conhece o final desse filme muito bem: " Sou mais velho que você. Você não sabe de nada garoto."

E é assim que nos pegamos sozinhos com nossos pensamentos em quartos escuros em pleno sábado a noite...

( Quem foi o velho que disse que os mais velhos sempre estão certos? )

Uma verdade feita de mentiras

Contar uma verdade através de uma mentira não é a melhor maneira de se expressar. Usar truques para conseguir resultados e, justificar os meios pelos fins nada faz além de destruir relações.

Para se pensar...(de novo)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Seco e Vazio

Hoje estou mais seco do que o solo do nordeste e mais vazio do que represa de hidrelétrica em época de estiagem...

Quem sabe amanhã!

Muita Sopa e Camisinha

Hoje acredito ter encontrado a noticia mais estranha que já vi:
Americano encontra camisinha em sua sopa. =O

E para piorar, ela estava usada, e como se isso não bastasse, ele a mastigou.

Ai que horror!

Depois dizem que eu sou estranho...´

Quem quiser ler a notícia...
http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1240460-6091,00-AMERICANO+ENTRA+COM+PROCESSO+APOS+ENCONTRAR+CAMISINHA+EM+SOPA.html

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tic Tac

Durante todos os dias dessa semana e da semana passada duas notícias têm se destacado das demais: As comemorações dos 40 anos da chegada do homem à Lua, e a crise em Honduras.

Muito tem se falado sobre a volta do homem à Lua, sobre os projetos para a primeira viagem à Marte, sobre as agências espaciais de diversos países e sobre avanços tecnológicos dignos de Steven Spielberg. E por outro lado mais ainda tem se falado sobre o regime militar instaurado no pequeno país da América Central, sobre golpes e deposições.

E então eu penso: esse planeta não está acompanhando o mesmo relógio.

Enquanto as inovações e as novidades fervilham de um lado, o retrocesso corre solto no outro. Enquanto uns olham para cima, para o infinito, outros se fecham dentro de si e de seu cada vez mais isolado país. Enquanto uma parte do mundo tenta correr em direção ao futuro, outra insiste em se prender ao passado.

Quantas vezes não escutamos o mesmo discurso de repúblicas instáveis?
Quantas vezes não assistimos à deposições e imposições?
Quantas vezes o mundo perdeu com esse tipo de política?
E quantas vezes mais precisaremos passar por esse tipo de situação até entendermos que não se resultará fatores positivos?

O mundo está descompassado, os ponteiros correm em direções opostas. E enquanto o futuro se abre para alguns, o passado se repete como num disco arranhado para outros.

O futuro já começou? Sim! E o passado também!

Derrotas... Vitórias... E assim caminhamos

Reconhecer uma derrota não é a coisa mais fácil de se fazer. Mas é necessária.

A vida não é feita apenas de Sim, há muitos Nãos pelo caminho. E entender e aceitar essa realidade é pura questão de maturidade.
Deixar as coisas irem embora é muito melhor do que se apegar àquilo que não te pertence mais, àquilo que deseja partir.

Ater-se a causas perdidas é tão prejudicial quanto perder. Então, porque insistir na derrota enquanto ainda se tem muitas vitórias a serem conquistadas pelos longos caminhos à frente?

Só para se pensar...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Enem? Eu heim!

E hoje cedo ao ler o jornal quase me engasguei com um pedaço do pão que comia. (Se fosse rico seria pão de centeio, mas no meu caso era francês mesmo. Prefiro os Franceses!).
Havia uma manchete que dizia: ENEM tem 4,5 milhões de inscritos em 2009.

Daí eu pensei: Puts, 4,5 milhões de pessoas concorrendo a algumas centenas de vagas nas federais. Legal, concorrência: 100 por vaga.

E imaginar que há poucas semanas eu e o caro João Pedro (emo) ríamos do novo ENEM, dizíamos que seria muito fácil e avacalhado. E acreditávamos já aprovados em uma universidade federal. Ai, ai, rimos cedo demais.

ENEM?

Vou estudar pra Fuvest, pelo menos lá a concorrência de Jornalismo é 36 por vaga.

Pensamento Insano do dia

"De que vale saber ler e escrever se o olhar só vai ver a estética das letras? O que importa não está na forma delas, mas no conteúdo que transmitem. O que for dito com o coração vale mais do que o que for dito formalmente."

Tá bom, eu admito, eu leio meu horóscopo.

Não que eu acredite que previsões astrológicas coletivas funcionem, mas as vezes esse pessoal que escreve sobre astrologia cria umas frases tão profundas que começo a desconfiar que eles são filósofos.

Ou seja, astrologia não é futilidade, astrologia é filosofia! A filosofia mais curta que já vi em toda minha vida!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um estranho país de problemas sociais insanos

Hoje fui à casa de uma tia no subúrbio de minha cidade, e vi algo nada agradável. Em uma praça onde deveria haver um campo de vôlei com pessoas jogando vôlei havia três meninos, de aproximadamente 8 ou 9 anos. Até aí tudo bem, mas então um deles com um movimento rápido levou um cigarro à boca e o tragou, passou o cigarro para seus outros amigos e ali ficaram essas três crianças a fumar.

Logo à frente havia uma roda de adolescentes, fumando também, mas estou fortemente inclinado a acreditar que aquela fumaça desprendida não provinha de um cigarro comum. Aqueles garotos não deveriam ser mais velhos do que eu.

E então pensei: Nossa, que coisa horrrível de se ver.


Me esforço, mas sinceramente não consigo entender o que leva pessoas tão jovens a atos tão inconsequentes. Não entendo porque esses garotos não estavam conversando sobre coisas sadias, ou praticando algum esporte, ou lendo um livro, ou jogando video game, fazendo coisas que se espera de uma criança e de um adolescente. Não entendo.


Não entendo como os pais dessas crianças não enxergam essa situação, e se enxergam, porque não agem. Não entendo que tipo de cultura pode criar adolescentes tão auto-destrutivos, e claramente sem nenhuma perspectiva de vida. Não entendo e tenho medo de entender o que se passa na mente dessas pessoas. Pessoas que não deveriam ser diferentes de mim.


Dizem que sou preconceituoso por não me relacionar com certas pessoas, dizem que sou arrogante por acreditar que essas pessoas estão fazendo as escolhas erradas, dizem que estou errado por querer opinar sobre as escolhas alheias. Chamam de preconceito e arrogância meu olhar crítico sobre a sociedade.

Se arrogância e preconceito é desejar um país melhor onde eu não ande pelas ruas temendo um assalto a cada esquina, então sou arrogante e preconceituoso. Se arrogância e preconceito é desejar ver crianças na escola e adolescentes em atividades construtivas, então sou arrogante e preconceituoso. Se arrogância e preconceito é não se acostumar a ver pessoas da minha idade fumando cigarros muito suspeitos em locais públicos então sou arrogante e preconceituoso.

Se arrogância e preconceito é não virar as costas para todos esses problemas sociais como fazem aqueles que me chamam de arrogante e preconceituoso, então, digo em alto e bom som: Sim, sou arrogante e preconceituso, pois vivenciar esse tipo de situação às 7 da noite é um bom motivo para isso.

domingo, 19 de julho de 2009

Domingo estranho

Esse deve ter sido o dia mais improdutivo da minha vida. Acordei tarde, almocei tarde, dormi de novo, assisti Marley & Eu, dormi de novo e agora estou aqui. E com sono de novo.

Obviamente algo produtivo não poderia sair. Quem sabe amanhã...

sábado, 18 de julho de 2009

Um estranho mundinho com um estranho chamado vestibular batendo à porta

Há um ano atrás estava decidido que seria engenheiro. Um belo e bem sucedido engenheiro industrial químico. Eis que chegou a temida primeira fase da Fuvest. Se temi? Sim, mas passei, e com uma larga vantagem à frente de muitos concorrentes, o que logo me animou para a breve segunda fase.
No entanto, minha aprovação foi graças ao meu bom desempenho em humanas, e minha segunda fase seria apenas exatas. E foi.

Aquela semana foi trash, e muito. Almocei mal, dormi mal, mal relaxei, mal me concentrei, sei lá, tudo foi mal e mau. Inclusive meu desempenho nas provas da segunda fase, jamais me esquecerei o fiasco da matemática.

Sim, eu não fui aprovado. Não, eu não cortei meus pulsos ou algo parecido. Apenas fiquei triste, e muito, parecia que estava fadado ao eterno subemprego e a uma família com uma esposa gorda e cinco filhos correndo atrás de mim. Temi.

E agora, há um mês das inscrições da Fuvest ainda não sei muito bem o que eu quero de minha vida. Jornalismo? Talvez.

Minha única certeza é a de que mais uma vez estou esperando muito de mim mesmo, e o vestibular já se aproxima, e todo o temor que ele carrega também, e toda a pressão e toda a expectativa.
Não posso perder mais um ano, temo novamente. Mas gostaria que todos entendessem que não será a Fuvest que determinará minha vida, não acordarei outro homem por ser aprovado, ou reprovado. Continuarei João, buscando algo que ainda não sei o que é.

Se meu caminho me levar à USP, beleza, se não levar... há outros caminhos há se seguir.

Um estranho mundinho cheio de dúvidas insanas

" Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas."
Comercial do canal Futura


Tenho dúvidas, e muitas. Não sei do universo, não sei muito da vida, não compreendo a existência e ainda menos quem sou eu. E por isso questiono.
Questionar é essencial, o que seria de nós se não houvessem se questionado sobre a chuva, o sol e o vento? E sobre o céu, o inferno e Deus?
Me questionei, e continuo a me questionar. Encontrei algumas respostas, outras ainda correm longe de mim, mas o que realmente importa não são as respostas, os resultados, mas sim as perguntas que faço.

Alguns tem me perguntado então: " Para que se questionar tanto? Isso não leva a nada."

" Para que se questionar tanto? Ninguém tem as respostas"

Tenho duas coisas a dizer a essas pessoas, não a esses indivíduos, mas às pessoas que nutrem esse tipo de pensamento: " Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas." ( Amei essa frase do canal Futura)

E... Tudo bem, ninguém tem as respostas para todas as perguntas, mas, enquanto isso, porque não procurá-las?

Perguntar é essencial, responder é... sei lá, um bom motivo para mais uma questão.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um estranho mundinho insano cheio de atos não pensados

Pensar antes de agir nunca foi uma de minhas qualidades. No impulso de chamar a atenção para mim, e fazer-me notável cometo alguns erros de percurso, alguns superficiais, outros profundos...
Me magoo por magoar, e se pudesse fazer de novo, voltando poucos, pouquíssimos minutos, eu voltaria.
Às vezes minha balança pesa de forma errada, e quando devo escolher pelo certo e seguro, pelo fiel e profundo, cometo o erro e escolho pelo incerto, pelo superficial, pelo que sei que jamais será meu...

Nunca fui muito bom com pedidos de desculpas, mas às vezes temos que lidar com coisas desse tipo... Desculpe-me

Definitivamente, esse é um estranho mundinho insano!

Deja-vú? Sim, eu já vi!

sábado, 11 de julho de 2009

Augen Auf

Eddie a viu, mas ao mesmo tempo não viu – como se parte de seu cérebro se recusasse a vê-la, como se vê-la o levasse à compreensão e da compreensão à loucura.
A Torre Negra

Livros me fascinam. O simples toque de suas folhas secas, o peculiar cheiro de suas páginas, às vezes alvas, às vezes amareladas, às vezes um pouco enegrecidas pelo tempo… Livros têm o poder de penetrar no mais profundo de nossas mentes e ali construir ninhos, plantar ideias e enraizar sentimentos.

Livros me fazem refletir, alguns profunda e constantemente, outros supercial e rapidamente;
O trecho do volume três de “A Torre Negra” que postei logo acima me fez refletir. Não pela primeira vez em relação a esse tema, mas me trouxe à mente a lembrança de um sentimento que às vezes me esqueço de sentir: o incômodo.

Muitas coisas me incomodam, tantas que não me prolongarei sobre isso. Não dessa vez. E dentre todas as coisas que me incomodam, existe uma que merece lugar de destaque, algo que me aborrece e que me entristece ao notar como se dissemina pelo mundo: A cegueira.
O mundo parece ter desaprendido a ver. Ele enxerga, entende, mas não vê em profundidade, não reflete sua condição, sua existência, afinal, o que há para se notar?

E então me veio esse trecho, desse fantástico livro, desse magnífico autor, e me fez compreender algo que aos poucos começava a entender: o mundo deixou de ver não por simples capricho da natureza, mas por vontade própria.

Ver é enxergar além do que se está à frente, além do que se pode tocar. Ver é entender e empreender a alma, o sentido, o sentimento das coisas, do mundo. E ver (em profundidade) leva à reflexão, e a reflexão leva ao pensamento, e o pensamento ao questionamento.

Ou seja, deixar de ver em profundidade foi uma escolha, é uma escolha, a escolha daqueles que não querem se ver confrontando questões de maior complexidade, questões que tocam no mais profundo da existência, a escolha dos que temem. Que temem a compreensão.

“Eddie a viu, mas ao mesmo tempo não viu – como se parte de seu cérebro se recusasse a vê-la, como se vê-la o levasse à compreensão e da compreensão à loucura.”
Terá o medo da total compreensão feito o homem deixar de ver? Feito-o se esquecer de questionar?

Sim, isso é o que mais me parece lógico. Pensar me levou à essa conclusão, à essa compreensão.
E se a compreensão me levar à loucura, tudo bem, serei louco, mas um louco pensante!