domingo, 4 de dezembro de 2011

Para aquele que nunca soube,
nunca fará falta.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

00:13

O som do último ônibus é o mesmo som do primeiro metrô: O silêncio sepulcral do cotidiano.
Uma mudez mórbida do sono sem sonhos. Sempre escutada no escuro da cidade onde os homens se calam e dormem.
Antes do amanhecer, como peças do mecanismo, caminham sem pensar as ruas de pedra e as máquinas subterrâneas, sem proferir palavra alguma, pois ainda buscam o sono que lhes foi tirado pelo relógio da obrigação.
Quando o hoje já se torna amanhã retornam mais silenciosos do que foram, pois não resta força alguma depois das horas de exploração. As intermináveis horas de mecanicidade sem permissão ao pensamento.
Eles dormem então, um sono tão profundo que nenhum trepidar, nenhuma explosão na avenida os desperta. Exceto o ponto final, o retorno para a cama.
Cama da qual se levantam antes mesmo de se deitarem, pois o dever lhes rouba o sono. Rouba o apetite da vida. Rouba a existência.
Eles estão mortos então.
Em São Paulo, a cidade dos mortos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Valium

Muro
Outro
Muro
Pedra
Cinza
13
Círculo
Medo
Abandono
Sono
Chuva
Cinza
Vale
Vida
Verde
Valium
É isso então
Tomar o ansiolítico
E apagar
Até a próxima vez.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ç

Espaço
Paço
Aço
Maço
Laço
Traço


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ônibus

Eu escrevo sem nexo
Sem data e sem verso
Eu escrevo sem lógica
Motivo ou razão
Eu escrevo somente
Qualcosa de novo
Eu escrevo pra nada
Ninguém ou leitor
Eu escrevo com a pressa
De um mundo que corre
Porque o trem vem
E o tempo já foi
Eu escrevo mentiras
Segredos e dores
Eu escrevo visões
De um mundo não meu
Eu escrevo a rotina
Eu escrevo a morfina
A puta da esquina
Eu escrevo de mim.

sábado, 9 de abril de 2011

Retido.
Sonho, imensidão, vazio, razão
Melodias de solidão
E nisso sim há razão
Dos caminhos de verdade na verde vara vida Se não há silêncio ou dor Foi-se o fim da melodia
E não há silêncio no vazio

Na queda de cachoeiras

E se escreve na areia do tempo e silêncio O que há além Mas de pé em caminho E sonhos Nada que ali estava convém A suprirte Dos seus sonhos Em quedas da solidão Mas nas ilhas de seu sonho Seus refúgios eternos estão Mas no sonho de Macadâmia Cai a noite no verão E em vagas tardes negras Ah desejo, minha ilusão Caiemos nos sonhos de morte Pois nada ali se vai, e muito menos vem E no fim só vem a onda E varre da imensidão

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Jaula

Estou cansado de toda poesia
Cansado de palavras soltas no vazio
Estou cansado de ouvir e então sorrir
Seu olhar, seguir
Por dentro queimo ao som de seus passos
Na tentativa de falsos abraços
Desse toque de ilusão
Que em sua loucura os nomeia laços

Estou farto de toda obrigação
Mentira, farsa, simples atuação
De que serve alimentar
Quem de fome
No deserto
já morreu?

Quero correr e saltar um precipício
Sentir o vento por entre meus braços
Rasgar essa mancha de nome amor
E então esfriar no mundo vazio

Mas os passos se aproximam
E agora sorrio.