E eu tive uma ideia!
Pensei em meu quarto, em sua personalidade, nos seus cheiros e sentidos, e pasmem: descobri que ele é muito menos estático do que eu imaginava, e muito mais consciente de si do que muitos por aí. - Será esse outro delírio febril?
Sinceramente não sei, e justamente por não saber escrevo por aqui, pois o blog pode enfim servir de instrumento revelador da realidade, mesmo não sendo ela tão real assim.
Três Quartos - J.P.L.Campos
Um cheiro de papel com um leve toque de mofo. O ar pesado como se um manto de poeira milenar ali repousasse. Um aroma de criatividade e muito sono. Assim era o quarto.
O homem que ali entrou entrara por engano, procurava por outra porta dentre tantas iguais naquele cortiço imundo. Que exalava a morte.
Disfarçadamente ele a ia fechando, antes que alguém notasse o equívoco e em problemas o metesse, tudo ali era motivo para uma boa discussão. Como quando Dona Vera recolhera o lençol da Maria do varal em dia de chuva. Apesar do favor, Maria não poupou seus pulmões de idosa e pôs-se a gritar com a outra mulher, chamando-a de ladra, puta e invejosa. Maria não frequentara a escola, e tudo o que aprendera a dizer fora nas ruas daquela cidade tortuosa, marrom-acinzentada, cor de pedra, cor de vergonha.
O homem então deu um passo para trás, mas algo o puxava de volta para o cômodo. Alguma coisa ali o fazia diferente.
Poderia ser o cheiro de papel velho que em nenhum outro lugar podia se sentir, ou o delicado aroma de criatividade, ou ainda quem sabe as pilhas de livros do século XIX ao lado da cama.
Fosse o que fosse ele se sentiu atraído, preso por aquele lugar. Então vagarosamente empurrou a porta, agora a fraca luz do corredor inundava mais da metade do quarto; pé ante pé ele adentrou o recinto tomando cuidado com o ranger das tábuas soltas do soalho. Respirou profundamente aquele aroma novo, deliciou-se com diferentes sensações, olhou para um lado, para o outro, observou o relógio velho que carregava no pulso: quase três e meia da tarde. Olhou um pouco mais. E entrou.
O homem estava no quarto.
Puta que pariu pra você, joão.
ResponderExcluirEu sei que é só o começo (TEM que ser só o começo), mas esse seu prologo foi tão intenso e rico de significado que... só posso te dizer isso: puta que pariu.
Dos literarios, o melhor que você ja escreveu aqui. E é uma pena as palavras nao conseguirem passar o que eu quero, uma pena.
Muito bom texto... tem futuro esse blog
ResponderExcluirhttp://www.lafayetearaujo.blogspot.com
Tan tan tan taaaan...!
ResponderExcluir- ei, gostei da sua forma de escrever -
Aaah, vai ter continuação ? *-*
ResponderExcluiradoreiii o texto..
por favor, diz que vc vai continuar! xD deixou um arzinho de suspense !
tá tudo mto maneiro aqui,
Beijoos
aah, visite o meu qndo der?
http://www.nadaaverpontocom.blogspot.com/
seguindo
ResponderExcluirpassa lá:
www.suicidamedroso.blogspot.com
cara ta show de bola seu blog quer fazer parseria visite http://detudoumpoucosetem.blogspot.com/
ResponderExcluirConcordo com a Mari G.
ResponderExcluirdeve sim ter continuação !
muito bom o texto ;D
seguindo o seu blog *-*
qlqr coisa meu blog :
http://ingridraissa.blogspot.com/
beijos'
Humm ... o que posso dizer?
ResponderExcluirVocê coloca muito mais significado as palavras do que eu conseguiria colocar, em um simples acontecimento uma história se formulando com tanta criatividade e desenvoltura! Parabéns João Pedro!