domingo, 19 de setembro de 2010

Forasteiro

Ele chegou.
Sem rumo, vendado, destruído.
Caminhou por essas nossas ruas. Em voz alta.
Comeu de nossa comida, bebeu de nossa água, dormiu em nossas camas.

Ainda vendado.
Riu de nossas caras.
Conheceu nossas mulheres.
Cuspiu nos mesmos pratos em que comera.
Pisou no rosto que, feliz, a ele serviu. Sirva-se de nós!

Ele se foi.
De olhos ainda fechados.
Com um riso fácil no rosto.
Debochando daqueles que não podiam ver.

Dos quais ele não fazia parte.

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