domingo, 19 de setembro de 2010

Atado

Não é hora
De fechar os olhos
De sonhar

Ainda não posso
Saltar esse abismo
Lançar-me por esse precipício

Não por não ter asas
Pois não quero voar

Não pela falta de coragem
Pois o desejo é maior

Não por medo
Pois há muito o perdi

Não me lanço por ter as pernas presas
Ambas
Atadas por uma corda
Que eu mesmo prendi

Preso por um nó
Dado por mim
Naquela noite de decisão
De caminhos
De escolhas

Tento lançar-me
Mesmo atado
Mesmo sem caminhar

Meu corpo não caíra
Eu sei
Mas minha alma,
Essa já se foi.

2 comentários:

  1. Que linda poesia. Bela, bela e bela. Distinção de corpo e alma. Matéria e espírito. O layout de teu Blog é lindo.

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  2. O suicídio é uma estupidez. Ótima escolha.

    Passa no meu blog. :P

    Samuel.

    www.filosofandoonline.com.br

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