segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sobre mudanças, diferenças e coragem.

Há tres coisas realmente difíceis de se compreender na vida: mudanças, diferenças e a coragem para tornar a existência dessas outras duas possível.

Amamos mudar, e sempre mudamos. Seja o corte de nosso cabelo, a roupa que usamos, a casa em que moramos, a cidade em que vivemos e até mesmo nossa personalidade. Mudar sempre torna o indivíduo diferente do que ele era. Mudanças criam diferenças, e diferenças nem sempre são bem vistas. Sempre queremos mudar, mas realmente sabemos como fazer isso? Ou somos capazes de entender e respeitar o pessoal do outro?

Estamos prontos para aceitar diferenças?

Quantas vezes por dia vemos e ouvimos e até mesmo presenciamos momentos de intolerância? Seja ela racial, religiosa, sexual ou de qualquer outro tipo. Quantas vezes não sabemos de grupos (sempre maiores) que recriminam o outro (sempre o menor)?

Somos diferentes. E hoje mais do que nunca. Vivemos a sociedade do indivíduo e do individual, que cada vez mais se distancia do coletivo. Somos empurrados para dentro de nossos próprios sentimentos e somos "arrancados" das expressões grupais. Somos obrigados a criar personalidade própria e única. E nascemos uma nova espécie de ser humano que a cada segundo se transforma num homo sapiens que jamais existirá novamente.

Sob essa mentalidade nasce o Cristão, o Muçulmano, o Hindu, o Branco, o Índio, o Rico, o Pobre, o Hétero, o Gay, o Emo, o Punk, Eu e Você. E consequentemente e inevitavelmente surgem as diferenças e os diferentes. Viver essa multiculturalidade não é algo negativo, pelo menos não deveria ser. Esperava-se a troca de sentimentos, ideologias e culturas, pois afinal, o diferente sempre tem muito a acrescentar.

No entanto, na prática não é o que se vê. A humanidade apesar de cada vez mais individual ainda não se desprendeu totalmente do sentimento de coletividade e de ideais da maioria. O que se vê e se vive é uma sociedade que cria o indivíduo diferente para ser oprimido. Seja pela maioria Cristã (pelo menos no Ocidente) julgando as outras religiões, seja pelo Branco discriminando o Negro, seja pelo Heterossexual reprimindo e intolerando o Gay.

E assim surge o maior paradoxo existêncial: Há uma sociedade que valoriza o individual, e assim nascem as diferenças. No entanto essa mesma sociedade despreza o diferente prendendo-se nesses momentos à coletividade que ela própria tenta ultrapassar. Somos mais Barrocos do que os próprios Barrocos foram!

E é aí que entra a coragem. Coragem para assumir sua individualidade e seu aspecto diferente. Coragem para se aceitar distinto dos demais e igual a todos, pois nenhum é igual ao outro, o que existe são maiorias. Coragem para enfrentar àqueles que ainda temem o diferente e só sabem reprimi-lo.

Se a sociedade nos empurra para a individualidade e cria o individual, então empurremos-a para aceitar seu próprio fruto. Sejamos a reação de sua ação.

Mudemos, sejamos diferentes e únicos!

Afinal, o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?

5 comentários:

  1. Toda mudança que seja UP é bem vinda, e todos temos que aprender a respeitar as diferenças, pois ngm é igual...
    Sucesso com blog.
    BjOs^^

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  2. toda mudança é bem vinda, desde que seja pra melhorar, e saber respeitar as diferenças de cada um é sempre bom, eu gosto, vc gosta, todo mundo gosta!

    Gostei do teu blog, muito legal os assuntos, te seguindo...

    da uma passadinha la no nosso ;)

    http://maduraseimaturas.blogspot.com/

    bj

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  3. " seja pelo Heterossexual reprimindo e intolerando o Gay" Em primeiro lugar gostaria de abrir uma aspa de "ui" pra essa sua frase (que, acidentalmente, opa, estava com uma fonte maior. "Ui."
    Pronto.

    E, bom, sobre o assunto, concordei com algumas coisas que disse aqui e alí, discordei de outras, e gostei de várias. Sério, você vêm tratando de assuntos que rendem um bom caldo, até agora - na minha opinião, pelo menos - não postou sobre nada "ah, a resposta ta aqui ó, nesse link". Mas, isso não vem ao caso.
    Pois bem, por hoje prefiro só comentar que, se não fosse por essa "intolerância à mudança" que a própria sociedade criadora, segundo você, depõe sobre os "diferentes", well, não haveria diferenças. Não? Não. Por que? Ah, usando do exemplo das cores (que você usou no final do texto), vamos supor que a maioria da sociedade goste de roxo, uma grande parte de preto, uma parte não muito grande de verde e uma minoria foi induzida - por essa sociedade - a gostar de rosa.("ui") Como você mesmo questionou, se toda essa sociedade "aceitassem" a mudança, fazendo assim com que houvesse "troca" de pensamentos e ideologias, bom, chegaria a um ponto em que não seria mais necessária essa troca, e todos passariam a gostar de tudo e tudo seria igual, logo não existiria diferente. Entende? (porque as vezes ate eu não entendo) É por esse motivo, sim, que eu vejo a "intolerância à diferença" algo - até certo ponto, veja bem - positivo. Porque é ela que torna o fato de ser "diferente" e "único", legal, agradável; pois é ela que torna o diferente "diferente".

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  4. Toda mudança que vir sera bem vinda!!!muito bom o seu blog...parabéns!!!

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