domingo, 26 de setembro de 2010

Destroços

E ele parou
Na mesma esquina
Úmida
De pedra
Dura
Olhou ao redor
Para seu mundo desabando

Pedra a pedra

Ela se juntou a ele
No desespero
Na dúvida
E inquietação
Dançaram e choraram

Lágrima a lágrima

Eles correram por entre os destroços
Recolhendo pedaços de suas vidas
Pulando os muros da proibição
Contornando cercas da vergonha
E sangraram

Gota a gota

Nada fora como os sonhos
Os anseios e profundos desejos
Nada fora uma primavera de bailes
Ou um verão de alegrias
E quando finalmente perceberam o mundo ao redor
Ele caiu

Pedaço a pedaço

E tentaram fugir
Se esconder
Daquilo que eles próprios haviam criado

Sonho a sonho

Fugindo daquilo que haviam construído
Construíram aquilo que os havia destruído
Escolhas

Pararam então
Sobre as ruínas de seus ideais
E tiveram que escolher caminhos
Vidas
Mundos

Para, quem sabe, destruí-los novamente

4 comentários:

  1. Excelente texto! Musical, elaborado!
    Belíssimo lay-out do blog, parabéns!

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  2. Quando a gente espera muito da vida, a gente só perde muito na vida,
    e depois queremos recolher o que perdemos, mas perdemos mais ainda tentando recuperar o que ja foi perdido, e
    adorei seu poema *-*

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  3. Quando leio ótimos poemas como esse, fico pensando em como a internet virou uma oportunidade de revelar ótimos escritores.

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  4. Nossa que incrivel! adorei seu texto! da pra criar uma imagem, uma sonoridade a partir da leitura!
    Parabenss=]

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